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terça-feira, 30 de julho de 2013

Capitulo 2

Eu não sabia o que fazer enquanto olhava nos olhos daquele desconhecido que mantinha a mão grossa estendida na minha direção. Seus olhos azuis escuros pela noite me transmitiam uma confiança e uma segurança tão grande que cheguei a ter medo de toda essa bolha que se estava formando á minha volta.

Olhei em volta de novo e depois para o carro que estava a poucos metros de nós eu não sabia o que se estava passando comigo, mas quando vi eu já tinha a minha mão suja estendida na direção da dele para logo ele pegar nela e com cuidado me puxar para cima fazendo todo o meu corpo estremecer quando as nossas mãos se tocaram mesmo que a dele estava coberta por luvas negras brilhantes dando um ar mais sério a ele.

Fiquei tensa no momento em que eu senti seus braços nas dobras dos meus joelhos para assim me erguer em seus braços mostrando uma facilidade incrível em pegar em mim. Meus braços voaram para o pescoço dele assim que me vi colada nele procurando o seu calor corporal. Assim que o meu corpo encontrou o calor corporal que tanto desejava todo ele relaxou deixando meu corpo mole pelo esgotamento e pelas lágrimas que eu derramei durante toda a corrida.

Assim que permiti fechar os meus olhos a minha consciência pesou sabendo que no momento em que fugi deixei minha mãe sofrendo nas mãos crueis do meu pai. Quando dei por mim um soluço alto de dor rompeu o meu peito chamando a atenção do desconhecido que apertou o meu corpo contra o seu fazendo meu peito se encher de esperança e de algo mais que eu não sabia dizer o que era.

- Shiu está tudo bem pequena. Agora você está segura. - Ele sussurrou no meu ouvido e eu estremeci sentindo meu corpo relaxar novamente com a voz doce e grossa que sussurrou em meu ouvido.
Quando dei conta ele já abria a porta do lado do passageiro para eu entrar, mas ele não me colocou no chão para eu poder entrar no carro simplesmente me sentou com todo o cuidado para logo depois se afastar de mim e fechar a porta do carro.

Limpei minhas lágrimas com ambas as mãos, mas logo me arrependi quando senti os arranhões em minha pele arderem com o contacto da água dos meus olhos. Olhei minhas mãos que continham alguns ranhões que eu havia feito quando caiu e de quando eu gatinhei até ao cantinho para deixar o suposto carro passar.

Soltei um suspiro alto olhando as minhas feridas e vi o estrago que eu havia feito nelas, neguei com a cabeça e fechei as minhas mãos em punho sentindo minhas unhas se afundar em minhas palmas já feridas e gemi de dor. Ouvi um pequeno rosnado vindo do banco de trás e me virei cuidadosamente para trás por causa das minhas feridas das costas que ainda ardiam um pouco.

Fiquei um pouco assustada quando vi um enorme pastor alemão de olhos azuis olharem para mim atentamente como se se analisa cada expressão minha. Estudei atentamente o cachorro que ainda me encarava. Com alguma cautela levantei minha mão e acariciei de leve o pelo macio dele e ele se levantou de onde estava e esticou o pescoço fel peludo ficando com o focinho de encontro ao meu rosto. Ofeguei com a surpresa e logo um sorriso enorme e verdadeiro apareceu no meu rosto sem que eu conta disso e fiz um carinho no seu pescoço fofo e dei um beijo no focinho do cachorro que latiu e me lambeu deixando um rasto de baba em meu rosto. Dei uma pequena risadinha e continuei a acariciar o pelo macio do cachorro que agora estava com as patas em cima do meu colo enquanto eu acariciava sua pelo bonito.

Só reparei que não estava sozinha quando o estranho soltou uma risadinha grossa chamando a minha atenção e como se fosse automático todo o meu medo volto levando o meu primeiro sorriso embora tão rápido como ele veio.

Vi que o estranho carregou num comando em sua mão ainda vestida pelas luvas e logo os portões de aço se abriram lentamente mostrando uma imponente mansão.

Será que ele era dono daquilo tudo? Quem ele era afinal? Porque que ele tava me ajudando? Porque que ele se vestia como um mafioso?

Todas essas perguntas rodavam minha mente em busca de respostas ao qual eu não encontrava respostas. Pelo menos não agora.

Ele entrou na enorme propriedade assim que o portão imponente terminou de abrir e logo reparei que havia vários seguranças ali apostos como se houvesse um ataque momentâneo a qualquer momento, como se houvesse um perigo rodando toda aquela casa e quem vivesse dentro daquela propriedade estava a salvo.

A casa era de uma estilo londrino, 2 andares e bastante longa, havia mais de 30 janelas só da parte dianteira da casa e só as luzes da parte de baixo estavam acessas. Observei o enorme jardim bem arranjado, relva aparada e havia algumas arvores em cada canto ou esquina do jardim gigante que devia rodear toda a propriedade.

Engoli em seco quando vi que dois dos seguranças caminharam até ao carro quando ele parou perto da porta de entrada principal.

Será que ele ia me prender?

Quem seria ele?

Porque que eu aceitei entrar dentro desse carro?

O medo tomou conta de mim quando ele abriu a minha porta juntamente com a de trás para que o enorme cachorro sai-se de lá. Ele me estendeu a mão e eu hesitei olhando os dois enormes homens ali parados que me encaravam. Eles mantinham uma expressão dura e fria e vi que na cintura de ambos repousava uma arma de fogo o que fez todo o meu corpo se encolher no banco chamando assim a atenção do cachorro que esperava pela minha saída ao lado do dono.

Estremeci quando as imagens do meu pai voltaram á minha mente, minhas mãos suavam e eu termia por inteiro e isso chamou a atenção do estranho e dos seus seguranças que recuaram perante o meu medo franzindo o sobrolho quando se entreolharam.

O homem estranho se ajoelhou á minha frente tirando seu chapéu o colocando na cabeça do cachorro que não se importou e continuou na mesma posição que estava me olhando. Seus cabelos eram loiros com um corte bagunçado, barba rala, olhos azuis mar e boca levemente vermelha e me assustei um pouco quando vi que seu canto direito do olho sangrava um pouco. Com a mão tremendo passei meus dedos gelados
levemente por ali e ele gemeu de dor e estremeceu perante meu toque gelado. Uma das suas mãos tirou minha mão dali e abriu a palma da minha mão vendo os pequenos arranhões ali.

Seus dedos agora livres das luvas traçaram os meus ferimentos que doíam levemente e ele logo me olhou com um carinho evidente expresso em cada feição.

- Eu vou cuidar de você! - Sua voz era baixinha e só quem tivesse muito perto poderia ouvir sua pequena frase carregada de verdade e sinceridade.

Aquilo me suou a uma promessa.